quarta-feira, 12 de março de 2014

Entrevista com a joqueta Marcelle Martins

A joqueta Marcelle Martins concedeu uma entrevista à Pure Horse Company, que gentilmente autorizou sua publicação em nosso blog. Nossos agradecimentos a Antoniony Samuel, titular da Pure Horse Company.



Marcelle Martins

Marcelle Marques Martins é uma garota carioca de 20 anos de idade muito parecida com qualquer outra garota de sua idade. Porém, o que a diferencia das demais garotas foi a escolha de uma profissão ainda não muito comum às mulheres brasileiras. Ela é joqueta, ou seja, trabalha montando cavalos de corridas no Jóckey Club Brasileiro, onde é conhecida simplesmente como Marcelle Martins. Diferente do hipismo, esporte que conta com a participação de muitas mulheres, o turfe ainda tem baixa freqüência feminina, e Marcelle é uma das poucas joquetas em atividade a lutar pela mudança desse quadro.

Pure Horse Company – Nos fale um pouco sobre você

Marcelle Martins - Nasci em 21 de dezembro de 1993, Rio de Janeiro. Sou filha de Carlos Alberto Martins, que também é profissional do turfe atuando como jóquei, e de Andréa Fátima Marques Mendes, do ramo da culinária.

Sou irmã de Larissa Marques Martins, de Joyce Machado Martins e de Caroline Machado Martins, e atualmente sou casada com o também jóquei Marcos Mazini.

PHC – Qual foi a vitória que mais marcou sua vida?

MM – Foi minha primeira vitória em um Grande Prêmio. No caso foi o Grande Prêmio Costa Ferraz, uma prova de Grupo III, onde montei a égua Aspiración, do Haras Santa Maria de Araras.

PHC – Com tantas oportunidades nos estudos e profissões, porque escolheu ser joqueta?

MM – Eu digo que não fui eu que escolhi essa profissão, e sim ela que me escolheu. Fui criada no Jockey Club Brasileiro, e isso só fez meu amor pelos cavalos aumentar.

PHC – Em algum momento teve que tomar decisões que obtiveram sucesso em suas corridas, mas que eram fora das orientações dos treinadores de suas montarias?

MM – Sim, mas foram em poucas ocasiões, pois sempre que posso tento cumprir as orientações. Às vezes o páreo sai de um jeito que não imaginamos e temos que mudar tudo.

PHC – Algum treinador já lhe pediu que segurasse o animal para que não ganhasse? Caso houver acontecido, não cite nomes. E como reagiu a esse respeito?

MM – Jamais. Graças a Deus nunca passei por esse tipo de constrangimento.

PHC – Como conheceu o proprietário do animal Bolt Artax?

MM – O conheci quando em uma oportunidade ele veio fazer uma visita ao Rio de Janeiro e pudemos conversar bastante.

PHC – Pode ser esse potro uma oportunidade para o sucesso de seu retorno às pistas? Porque o proprietário escolheu você entre tantos jóqueis?

MM – Pode sim, tenho esperanças de que iremos vencer muitas provas juntos. Não sei exatamente o porque, só sei que fiquei muito feliz com o convite.


PHC – Existe preconceito em sua profissão?

MM – Sim, existe o preconceito e espero que isso mude.

Com as joquetas Josiane Gulart (esq) e Jaqueline Cabral (dir)

PHC – Já falhou em algum momento na corrida e se irritou com seu próprio erro?

MM – Já falhei algumas vezes, mas não me lembro de ter me irritado.

PHC – Existem pessoas que julgam que esse potro não vai virar muita coisa, pois os filhos de Artax não vêm convencendo o mundo do turfe. Você acredita no potencial desse potro? Qual sua visão sobre esse assunto?

MM – Bom, vamos ver nas pistas. Quem sabe não fazemos uma surpresa a essas pessoas?

Aprimorando a técnica e o preparo físico no Jockey Club Brasileiro

PHC – Acredita que pode ter uma história com esse potro? Que poderá correr fora do país montando esse animal?

MM – Tenho muita fé e sei que Deus fará o melhor para mim e para o Bolt.

PHC- Como será competir sabendo que todo um estado está de olho em você? A pressão ajuda ou atrapalha a corrida?

MM – Será emocionante. Eu não levo como se fosse pressão, levo como uma grande torcida.

PHC – Você compete pelo dinheiro ou pelo amor à sua profissão?

MM – Monto pelo amor aos cavalos, não há nada melhor!

O amor pelos cavalos


Fotos extraídas da página de Marcelle Martins no Facebook.

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